Vivemos um período de grandes transformaçoes economica, social e politica. Na economia, após duas décadas de estagnação, voltamos a crescer, encontrando o equilíbrio macro-economico e reduzindo nossa vulnerabilidade externa. Os programas de distribuicao de renda e o aumento das ferramentas de democracia demonstram um pouco as transformaçoes nas areas social e politica.
Os antigos períodos de expansão da economia brasileira frustraram as esperanças do povo pois as vezes concentravam riqueza ou estavam acompanhados da inflação, por vezes traziam um endividamento externo ou interno ou ainda sufocavam a democracia.
Um pais do tamanho do Brasil sempre ficou relegado a um papel menos importante na economia mundial, apesar de suas imensas riquezas naturais. Na verdade, tais riquezas serviram aos interesses das elites entreguistas e conservadoras apoiadas pelos países ricos. Nos anos 90 os investimentos produtivos foram reduzidos, com restriçoes no parque industrial e infra-estrutura de energia e transportes comprometida, o que debilitou as empresas estatais e abriu a porta para as privatizaçoes. O Brasil era programado para ser pequeno.
No governo Lula passamos a viver outro momento, com crescimento do PIB, expansão do emprego formal, aumentos reais do salário mínimo, transferencia de renda, controle da inflação, ampliação do credito, medidas para a reforma agrária e agricultura familiar, aumento do comercio exterior e reconstrução da infra-estrutura.
Essas medidas impulsionaram a formação de um grande mercado de bens de consumo popular, que nos protegeu dos efeitos devastadores da crise mundial, auxiliados pela sude de nosso sistema bancário e pelas reservas internacionais acumuladas. Diferente de crises anteriores, o Brasil enfrentou com segurança seus efeitos.
Com todos esses fatores e uma politica externa ativa, privilegiando as relacoes com a América Latina e o sul do mundo, passamos a ser admirados e a ter papel de destaque no mundo. Ao contrario da politica de subserviencia de antes, passamos a redefinir soberanamente nossa relação com os países desenvolvidos priorizando o interesse nacional e a solidariedade com os países pobres e em desenvolvimento.
Assim, o momento eleitoral deve ser encarado com toda a energia, entendendo nosso papel como protagonistas do projeto de desenvolvimento nacional que não deve ser abandonado mas pelo contrario, ser tido como prioridade para que nosso pais assuma definitivamente seu papel de destaque no cenário geopolítico mundial e seja generoso com seus filhos.
Esta não e a primeira vez que forcas politicas que representam o projeto das camadas mais populares chegam ao poder. Aconteceu no governo de Joao Goulart, e justamente por isso que a elite, representada pelo Exercito, jogou mais uma vez a favor dos interesses imperialistas e deu um golpe de estado no governo Jango.
Diferente de 64, hoje as elites não reunem condicoes objetivas e nem subjetivas para articularem um possivel golpe. Mas a sede por poder ainda continua grande entre os conservadores, afastados desde o final de 2002 do poder central do pais, sonham com o retorno ao Palacio do Planalto para porem em pratica suas politicas de enfraquecimento do papel do estado.
Portanto a batalha não sera facil, a direita raivosa, representante dos interesses da burguesia entreguista nacional ainda e poderosa. Detentora dos meios de comunicacao e com poder financeiro muito grande, a disputa não sera facil. Deve ser encarada pela juventude como a grande batalha de nossa geracao, que deve deixar bem claro que a disputa e por um ou por outro projeto, os dois bem conhecidos da populacao brasileira.
Pablo Braga Machado.